07/01/2009

SUSTO

(Quarta-feira, 07.01.2009, 23:38)

Hoje enquanto eu voltava de Recife com Samuel, passei por um imenso susto.
A manhã já havia sido muito longa, passaram mais de uma hora experimentando as veias do Samuel sem sucesso, deixando os dois pezinhos dele cheios de furos frustrados. Ele chorava muito, e eu acabei não suportando o tormento dele, e comecei a chorar também à cada tentativa da enfermeira.
As duas enfermeiras que cuidam dele estão de férias, e as diversas tentativas de pulsionar a veia do Sam foi feita por uma outra enfermeira que ficará com ele nesse período.
Depois de muitas tentativas, depois de mudar ele de lugar para uma sala mais clara, depois de quase um litro de lágrimas, depois de alguns minutos pausando para ele descansar o chôro, depois de me deixar triste e quase querendo virar enfermeira também, ela então desistiu. Ficou penalizada e resolveu que não iria mais tentar, que chamaria outra pessoa pra isso, ela já estava até trêmula com o insucesso.
Finalmente conseguiu-se a veia, e a infusão foi feita com a ajuda de uma outra enfermeira.
A manhã foi pesada sim, mas o pior estava por vir.
Chegamos perto da morte, e graças a Deus meu filho sequer acordou do cochilo que dava em meu colo, em nosso caminho de volta.
Havíamos subido uma estrada destas comuns com abismos verdes e sem proteção no acostamento.
Do nosso lado subia também um caminhão de água mineral "Água Mineral Aldeia".
O motorista do carro que estávamos poderia não ter sido insistente, e do mesmo modo o motorista do caminhão deveria ter dado espaço pra gente, ambos fizeram exatamente o que não deveriam ter feito.
Resultado, o nosso motorista o Sr. José Maria, contratado da prefeitura aqui da cidade, acabou sendo obrigado a roçar violentamente os pneus do carro que estávamos, a fim de que não caíssemos no abismo, pois o caminhão enquanto subia foi estreitando nossa passagem, e o Sr. José Maria ao invés de desacelerar, fez o contrário e nos colocou entre o abismo e os pneus do caminhão! Por alguns segundos o barulho da agressão dos pneus, e qualquer vacilo no volante do caminhão ou do nosso carro poderia ser fatal!
A distância do acostamento para o carro que estávamos deveria ser de uns três centímetros, na verdade um chute meu, porque à esquerda só se via o vazio e nosso carro praticamente flutuava.
A colagem dos pneus durou uns cinco horríveis segundos!
Permaneci calada!
Aliás, eu nem tinha o que dizer, estava em choque!
Mais à frente, perto da empresa Ondunorte, o caminhão parou para conferir se estávamos bem.
Enquanto o Sr. José Maria desceu para discutir o motivo do motorista ter espremido a gente, eu ligava para dar notícias a minha mãe, e acabei descarregando adrenalina retida, num chôro rápido, comunicando o episódio com o coração a mil, e deixando bem claro que já estava tudo bem e estávamos prestes a chegar em casa, que havia sido apenas um susto.
O cheiro de borracha queimada ficou conosco por todo o percusso.
Hoje a quarta-feira foi assim... Vários furinhos nos pezinhos do meu filho, e uma pedra de gêlo gigante estourando dentro de mim seguida de cheiro de borracha queimada.
Dia 28 será o aniversário dele de 6 anos, e será numa quarta-feira, dia de infusão.
Espero que ele amanheça o dia com uma veia bem azulada e cheinha, e que o cheirinho da volta seja de shampoo! (Sempre viajo cheirando a cabecinha dele!)
O Senhor tem nos sustentado e nos livrado de todo mal!

Ah, falando em 3 centímetros, depois do tratamento, Sam já cresceu 3 lindos centímetros!!!
Está medindo agora 87 centímetros, e pesando 14 quilos e 800 gramas (mas os meus braços juram que ele pesa uns 50 quilos!)

Deus é maravilhoso!


Obrigada Senhor pelos teus milagres, sejam eles explícitos ou não.
^^
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Por SSA

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