03/11/2016

QUEM QUEBROU O NOSSO BRASIL


03.11. 2016, quinta-feira, 09:22hs

Depois de acumular por alguns anos informações de época, noticiários, jornais de folhas e pesquisas avulsas sem muito comprometimento, costuram-se aqui de algumas pastas, uma estrutura razoável que pode trazer uma visão expansiva do atual quadro do Brasil, sem deixar de dar um zoom em certos acontecimentos dos anos mais recentes da nossa história.

Atualmente o Brasil tem uma dívida pública que ultrapassou 4 trilhões em julho – quando Dilma assumiu este número era de 1 trilhão e 69 bilhões de reais. Relacionando esta dívida com o PIB a economia está em recessão, produzindo menos riquezas que nos outros anos, enquanto os gastos só aumentam.
Segundo a imprensa, o que mais aumentou foi o gasto com a previdência, e com os juros. Foram estas as despesas que mais cresceram, e todo mês falta dinheiro para o governo cobrir todos os seus gastos, pagar salários e aposentadorias, pois as arrecadações tem sido menores do que os gastos do governo.
A reforma da previdência é uma necessidade evidente, segundo a mídia.
O fundamento central do governo, deve ser a responsabilidade fiscal, pois o câncer da dívida do Brasil e os gastos gigantescos sem retorno, é o que nos trouxe a esta crise.
A estabilização do crescimento da dívida pública deve ser a prioridade do governo. A situação é grave! Por conta da falta de dinheiro, mais dívidas são feitas. A confiança na economia precisa ser resgatada, mas o governo está endividado, e esta dívida só aumenta!
O dinheiro que o governo tem para gastar vem principalmente dos altos impostos pagos pelos brasileiros, isto equivale a um terço do PIB, ou seja, 33% de tudo o que é produzido.
O governo tem outras fontes de renda, cobra taxas por diversos serviços, recebe parte do lucro das estatais, e quando a situação aperta muito, tenta vender bens, como terrenos, carros, apartamentos ou casas. Se o governo conseguir pagar as despesas principais com o dinheiro que arrecadou e ainda sobrar um pouco, significa que houve superação de primário. As remessas consumidas são maiores do que o estoque (superávit) – algo que Lula chegou a conseguir com a ajuda dos brasileiros, no início do seu governo.
De agosto do ano passado até julho deste ano, faltaram 154 bilhões para o governo fechar as contas, e ele pagou com dinheiro emprestado, comprometendo-se assim com “dívidas ainda maiores”.
Imprimir cédulas sem que elas tenham o valor da moeda, é a definição de inflação, e isso gera para o governo uma receita de imposto inflacionário! Então, além da inflação em si, e do enorme rombo nas contas públicas que faz a dívida aumentar, o Brasil ainda tem que lidar com o tamanho das taxas de juros! O governo paga 14% de juros numa dívida que é de 4 trilhões de reais! A falta de confiança no brasileiro, e a inflação, são responsáveis pelos juros altos que pagamos. No entanto, esta dívida é o acúmulo de saldos negativos passados, assumidos agora pelo atual governo, que além de tudo enfrenta a falta de colaboração por parte de um grupo de brasileiros que acreditavam no governo petista. Infelizmente não é possível mudar
o passado, mas aprender com ele, e não repetir os mesmos erros. 
Foi por causa do descontrole da dívida pública que as agências internacionais tiraram o grau de investimentos no Brasil, e baixaram nossa lota, pois os investidores perderam a confiança.
Mas nem sempre foi assim.
A constituição de 1988 foi um grande marco na história do Brasil! Novos benefícios foram criados, entre eles, aposentadoria para quem nunca tinha contribuído com a previdência. Outro exemplo é que parte dos impostos arrecadados pelo governo, tem que ser repassados para estados e municípios. Os gastos com saúde e educação não podem ser menores do que uma porcentagem fixa da arrecadação dos impostos.
Receitas foram vinculadas à saúde e educação, por terem recebido investimentos insuficientes. Os benefícios sociais e o piso da aposentadoria tem o mesmo aumento real do salário mínimo e nada disso pode ser reduzido pois é determinação da nossa constituição. A vinculação da receita consiste em gastos pré determinados - o que deixa o governo com pouca margem de manobra para cortes.
O perigo de desvinculação das receitas é que a drástica diminuição delas permitam que elas sejam capturadas justamente por outros setores mais fortes politicamente.
Devemos lembrar de um outro fator que ajudou o Brasil a dar os primeiros passos para esta crise: a inflação descontrolada da década de 80. Vários planos econômicos tentaram conter o aumento dos preços, lembram? Os ganhos dos brasileiros foram engolidos pela inflação, e isso impediu que o Brasil tivesse a exata dimensão das contas públicas.
Em 1994, quando o plano real conseguiu enfrentar a inflação, o governo passou a ter mais dívidas, porque ficou claro a partir dali, a gigantesca conta do Brasil.
Entre 1997 a 1998 a dívida saltou de uma forma avassaladora. Quando se percebeu o quanto os estados estavam quebrados, o governo federal resolveu assumir todas as dívidas dos estados e de seus bancos, e parcelou o pagamento em 30 anos.
Em 1999, houve a desvalorização do real. Uma crise cambial tomou conta do mundo. E quando esta crise chegou no Brasil, encontrou o país de calças curtas, com poucas reservas, e o governo teve que subir os juros para 45%, na tentativa de não perder os investimentos internacionais, que começaram a fugir do nosso país, em busca de lugares mais seguros para aplicarem seu dinheiro.
A mudança do regime cambial trouxe também o aumento da carga tributária, e foi este ajuste fiscal que compensou a perda do imposto inflacionário, e permitiu que o câmbio pudesse ser alterado sem que a economia sofresse.
Depois do trauma daquele período, surgiu a tal lei inovadora: a Lei de Responsabilidade Fiscal, que prevê punição para presidentes, governadores, ou prefeitos que desobedeçam a disciplina dos gastos.
Para gastar mais, é preciso arrecadar, pois gastar mais do que se arrecada pode resultar em uma dívida impagável.
Em 2001 o mercado voltou a ficar agitado justamente às vésperas das eleições que levariam Lula a ser presidente. Com medo de uma má condução da economia, os investidores saíram do Brasil levando seus dólares. O câmbio subiu e a dívida desvalorizou, e novamente os juros tiveram que disparar. Então, um acordo com o FMI foi fechado às pressas (lembram?), para garantir nossas reservas em moeda forte.
Em 2002 teríamos o maior pico da dívida, chegou a 78% do PIB, maior que o atual inclusive, "se não fosse pelo fato deste número ser consequência da desvalorização do próprio PIB, que torna este resultado enganoso."
O câmbio desvalorizou porque Lula seria presidente, e quando ele assumiu em 2003 o Brasil tinha 12% de desemprego e a inflação estava em 13%. Para ganhar a confiança dos agentes econômicos, o governo decidiu estipular uma meta ousada de superávit, e obteve grande sucesso.
Lula conseguiu trazer prosperidade para o Brasil, nossos produtos foram valorizados internacionalmente, e especialmente a China comprava grandes quantidades do Brasil.
O governo conseguiu aumentar as políticas sociais, dar reajustes reais para o salário mínimo e ainda reduziu a dívida. O Brasil ganhou grau de investimento, reconhecimento de que havia controle sobre a dívida e capacidade para pagá-la.
Mas, em 2009 uma crise abalou todas as economias do mundo, e o crescimento do Brasil foi a zero! Os preços dos nossos produtos despencaram no mercado internacional, e o dólar dobrou o seu valor! Então, o governo aumentou os gastos, incentivou o crédito para o consumo, reduziu os impostos das empresas e o gasto da união subiu 9% em média acima da inflação.
Foi uma forte expansão nos gastos, e os créditos foram liberados sem muitas burocracias. Como este esforço para equilibrar a economia elevou o crescimento do Brasil, o governo conquistou vitória na eleição presidencial que elegeu Dilma, e ela herdou um país com taxa de crescimento de 7,5%  e uma dívida pública de 1 trilhão e 69 bilhões de reais.
A partir de 2011, a receita deixou de crescer o dobro da velocidade do crescimento do PIB, e passou a crescer na mesma velocidade dele. No entanto, os gastos gigantescos continuaram em sua velocidade descontrolada.
Imaginando estimular a economia, Dilma liberou aumentos de salários, aposentadorias, juros baixos “na marra”, e outras coisas que não poderiam jamais serem mantidas! O governo negligenciou a lei de responsabilidade fiscal, mantendo absurdas proporções de gastos através de empréstimos, e mentia sobre a real ferida econômica do país,  nutrindo de ilusão a vida dos brasileiros, e sabendo que a eles mesmos isso custaria muito caro.
O país inteiro entrou num abismo camuflado por um governo que tentava mostrar que estava tudo bem, mas que inconsequentemente penhorava o nosso futuro. Se hoje muitos queixam-se do atual governo, é porque ele assume a missão difícil de corrigir tudo o que foi irresponsavelmente empurrado com a barriga!
Além destas questões técnicas, outras implicam-se de forma expansiva, como roubos imensuráveis que violentaram a estrutura da Petrobras, envolvimentos com países comunistas, relacionamentos estreitos com criminosos, financiamentos absurdos que não geraria nenhum benefício ao país, furos e rombos como o clássico mensalão, e outras tantas lamentáveis situações que arruinaram a vida política não apenas de Lula e Dilma, mas de todo e qualquer representante do Partido dos Trabalhadores, que teve sua estrela apagada pelo sopro da ganância, e do sentimento de superioridade de quem não sabe perder, de quem se rebela contra a derrota, encorajando fantoches a uma mesma postura; mostrando-nos assim a distância entre amor ao Brasil e amor ao poder.
Lula e Dilma, geraram um grupo de brasileiros mimados, mau acostumados e completamente dependentes deles e do seu partido, pois ambos lançaram no cativeiro do bolsa família e de outros financiamentos milhões de brasileiros enganados na falsa realidade de que tudo ia bem. Estes “filhos mimados” agora, recebem a contra gosto um "padrasto malvado", que assume o poder para corrigir os erros passados, comprometendo diretamente o povo brasileiro.
O Brasil vem sendo quebrado  a muito tempo... por pessoas nas ruas, por circunstâncias de tragédias e catástrofes que geram crise mundial, e principalmente por políticos que roubam (uns mais que outros), por lideranças que se corrompem, eleitores que vendem seus votos, e inclusive por mim e por você quando fazemos as nossas escolhas sem aprofundarmos nosso conhecimento à cerca de quem conduzirá a nossa nação.

Desde o princípio o povo é quem paga o prejuízo, então o ideal é se informar, e se possível manifestar seu individual inconformismo, afinal todos os governantes que passaram na nossa história fomos nós que colocamos, inclusive o atual.




Suely S Araújo


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