22/05/2018

SALVEM A TUPÃ



Maio, 2018.

Venho com o patriotismo de uma cidade ferida, fazer um apelo a esta competente emissora, de profissionais ainda sensíveis e de credibilidade estabelecida, a fim de alguma atenção e providência mínima, em prol do que aqui relato.
Não se trata de algo que por si só expresse a importância devida, infelizmente! E é exatamente por isso que a querida Rádio Difusora Tupã experimenta hoje o seu momento mais crítico e possivelmente um aparente estado terminal. Porque nos tempos atuais, já não se valoriza como dantes patrimônios históricos, memórias ou adereços que fazem parte de um marco na vida das pessoas, na sua cultura e sua História! 
A rádio difusora Tupã, é patrimônio material e imaterial da cidade de Goiana, Pernambuco, e com mais de sessenta anos de existência entoou fielmente clássicas canções no simplório e familiar cotidiano goianense, prestigiando fases especiais no decorrer do ano, anunciando suas perdas nas reverências aos óbitos da cidade, propagando o comércio, saudando os aniversariantes do dia, trazendo dinâmica, patriotismo, interação e suavidade à rotina dos seus moradores, que embalados em melodias e em poesias, experimentavam de uma qualidade fomentadora de valores dos quais o mundo carece.
Hoje, a rádio Tupã encontra-se em estado de emergência! Suas estruturas externa e interna, sinalizam alerta de grande tristeza e cansaço! Se em tempo perfeito não houver as necessárias intervenções em seu resgate, a emissora despercebidamente soltará o seu último fôlego! 
Os serviços comerciais prestados pela Tupã foram em maior parte substituídos por novos mecanismos de divulgação, minando seu fluxo produtivo e refletindo hoje nas feridas das suas estruturas e dos seus recursos.
O teto dos seus cabelos brancos, as paredes da sua pele enrugada, o reumatismo do seu piso deteriorado, sua voz quase apagada, revelam a despretensiosa perfeição do tempo, que torna-se tão cruel quando assistida pela omissão alheia! 
A Tupã foi mãe que ninou uma geração, ao despertar de cada manhã na cidade de Goiana! Ela acalentou a matinal sonolência dos que seguiam por ruas ainda pouco ensolaradas, a passos involuntários de marcha, quase atrasados, sob o hino que declara “Goiana terra adorada, sempre amada dos filhos teus!!!” Trabalhadores, estudantes, ou aquela criança que saiu para comprar o pão... Todo goianense teve sua trilha sonora compartilhada na Tupã, ainda que auto ofertada no secreto do coração!
A Tupã chorou personalidades da cidade, anunciando suas perdas e pesares, cantou Verde Amarelo com Roberto Carlos durante a Copa de 86, e A Casca do Ovo com Elba Ramalho na copa da dona de casa, som que o vento trazia... A Tupã anunciou a hora do Ângelus agregando valor ao cheiro do café, que vazava das janelas nas casas da cidade! 
Ela, que por tantos anos estimulou o pulsar das veias de Goiana, precisa ser reanimada!
Salvemos a Tupã! Consideremos sua existência! Usemos nossas vozes! Libertemos este silencioso grito de socorro que ela não pode dar, pois a vida própria que a Tupã não tem, está em nós! 
Sabe-se que as necessidades da cidade são muitas, mas uma necessidade não anula a outra. Todas tem importância, porém, nem todas possuem a mesma emergência!
A Rádio Difusora Tupã, já não se inquieta por querer descobrir “a quem recorrer?” mas se aflige na urgência do “quando começar?” Pois, se as responsabilidades de âmbito governamental estivessem de fato comprometidas com o patrimônio material e imaterial da cidade, a Tupã não pintaria com pinceladas tão aleatórias e impotentes o seu atual quadro de estado terminal! Quem puder, compartilhe este apelo!

Por Suely Soares de Araújo, Goianense de nascença, essência e prevalência.


#salvematupã #goianaterraadorada #tupãacaradegoiana #atupãénossa

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07/08/2017

IDIOTIZAÇÃO MUSICAL POPULAR



 

Na década de oitenta, a indústria musical ainda preocupava-se com conteúdo, pois ainda considerava o enorme poder de interferência e influência da música na cultura e no comportamento das pessoas. Ainda que a maioria das músicas fosse para o público adulto, os jovens e as crianças inevitavelmente teriam acesso, então, salvo algumas exceções, prevaleciam músicas com conteúdo de qualidade ou no mínimo inofensivas à moral, ao comportamento e ao desenvolvimento do intelecto e do caráter. Além disso, o público infantil ainda tinha diversas opções, e ícones praticamente desprovidos de malefícios para aquela geração em desenvolvimento.
Hoje, a indústria musical negligencia completamente a formação das próximas gerações, fazendo com que o grande público, independente de faixa etária, perca todo e qualquer critério, e sequer tenha opções! É absurdo achar que não há nenhum problema com a vulgarização musicalizada em detrimento da degradação moral e social, desde que gere renda e empregos! A renda ou empregos gerados pela pornografia musical e pela idiotização de um povo é injustificável! Hoje as crianças quase não têm ícones infantis, e nenhum vale a pena! Muitas crianças têm se espelhado em figuras bizarras, danças vulgares, e letras imorais, e têm aplicado todo esse lixo como prática de vida e comportamento sob o olhar omisso de muitos adultos anestesiados pelas tendências.
A responsabilidade pelo filtro moral nas nossas próprias escolhas, refletirá inevitavelmente nas escolhas feitas por jovens e crianças! Cuidemos da nossa autenticidade e integridade, e principalmente das nossas crianças, pois são como esponjas que a tudo absorvem passivamente. Precisamos nos unir em certos propósitos, manifestando de algum modo indignação e insatisfação, porque, infelizmente, maioria dispersa é apenas uma forma de minoria.

Suely Soares de Araújo



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13/04/2017

DISCOS DE VINIL


Como fumar um charuto ou tomar um cafezinho... Como a experiência única de cheirar uma rosa recém-desabrochada mesmo sabendo que outras irão desabrochar, ou de ver o sol nascer mesmo sabendo que amanhã isso vai se repetir... Ouvir um disco de vinil é experimentar o primeiro fôlego audível da alma da música. É ter palpável sua origem, sua raiz, e poder ver seu corpo vibrar eletricamente, de forma distinta e rara! 
É difícil ouvir um vinil sem apreciá-lo girar, enquanto a música lança-se às suas linhas. É um ritual involuntário e autodeterminado no qual "ouvir uma boa música" já não basta. É preciso degustá-la! Contemplar seu derramamento numa cama espiral de microssulcos. Acompanhar com os olhos suas ondas macias escorregarem até o centro, e sempre em sentido horário, como um relógio que ponteia donzelas melodias em cada novo e virgem segundo! 
Por mais velha que seja a música, sobre um vinil ela estará sempre em seu instante de estreia! 
Sob o toque de uma ponta de diamante, despertados são os sons ali tão secretamente guardados, contornando o instante vivido quase hipnoticamente, de modo precioso e apreciável! 
Ouvir um disco de vinil pode ser algo transcendental, porque alguns caprichos tornam-se não apenas um mero hábito, mas uma arte! Especialmente aos artistas de coração...

Por SSA

10/03/2017

DONA DE CASA, HONRA AO MÉRITO






Sim! Grande é o enaltecimento à mulher quando a ela se pode atribuir à honra impagável de ser responsável pelo equilíbrio de parte de uma geração!!! 
A mulher exerce naturalmente um papel mais atuante na vida dos filhos, em sua criação e formação; e apenas ela supre plenamente o cumprimento desta missão.  Neste sentido, sua ausência, sua omissão ou sua negligência reflete o caos das novas gerações!
Grande é o enaltecimento à mulher quando a ela se atribui os primorosos cuidados da casa - habitat natural da família, onde ninguém é capaz de substituí-la em seus caprichos e talentos! A mulher tende à delicadeza, à precisão e ao perfeccionismo em tudo o que faz, seja dentro ou fora de casa! Aplicar suas aptidões em casa é ao mesmo tempo privilégio e honra, quando consideramos o fato de não ser um serviço comprado ou pago, mas um serviço prestado unicamente por amor, e recompensado na mesma proporção de sua natureza, permitindo-lhe entre muitos privilégios o raro fenômeno de “estar perto”.

Mas há quem não saiba fritar um ovo, quem não tenha um bom marido, quem transforma em obrigação o “direito” de trabalhar fora, quem se acovarda com a maternidade e trabalha fora como fuga, ou quem pelas mais diversas circunstâncias “não pode” escolher ficar em casa. Porque, ao contrário do que se pensa, existem mulheres que trocariam a rotina do mercado de trabalho pela vida doméstica. Para algumas, chega a ser um sonho de consumo poder dedicar-se exclusivamente a casa e a família, aplicando o seu olhar e suas providências em prol do seu bem estar e do bem estar de quem ama. 


SSA

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