04/11/2011

O PODER DA TELEVISÃO


Sexta-feira, 04.11.11, 21:29 hs

Uma antiga invenção que requer cada vez mais cuidado.
Não se deve perder a indignação ou aceitar qualquer cena ou situação exibida nas emissoras de TV.
A televisão exerce um poder tremendo, tem sido de certa forma uma formadora de gerações!
Alguns pensamentos, idéias e sugestões vivenciadas por muitas pessoas, especialmente jovens em formação, são "a princípio" inspirados pela televisão, pelos ídolos ou pessoas que se admira e que são produzidos por ela.
Aqui serão expostos dois ou três exemplos isolados, que são como grãos de areia numa duna.
Seria uma infeliz coincidência que muitas meninas que assistiam no horário nobre a novela Mulheres Apaixonadas (a oito anos atrás) são hoje algumas lésbicas da atualidade? Porque alguns casos não são as exceções que sabemos que existem. Há personagens escolhidos por algumas pessoas suscetíveis às tendências, e estas pessoas os vestem, e vivem assim por anos, muitas vezes elas mesmas não sabem quem são, e não querem mais voltar atrás.
Mas de fato o que já existia aqui ou ali, torna-se uma verdadeira coqueluche à medida em que a TV aborda tendenciosamente certas coisas.
A geração que foi pega como público alvo suscetível é justamente a tal que vemos transtornada nestas na confusão de padronizar o que nem sempre é real.
Há pessoas "que não são tão suscetíveis" a certas coisas, mas podem ser muito suscetíveis a outras sugestões oferecidas pela TV.
A novela Mulheres de Areia (que está sendo reprisada pela Rede Globo no horário da tarde) traz uma situação muito delicada, de finalidade desconhecida, além de constranger e sugestionar. A irmã do personagem "Tonho da Lua" vivencia um assédio forte por parte de seu padrasto, um sujeito asqueroso, que manifesta atitudes e olhares explicitamente sexuais, além de ações físicas de intimidação. Esta característica do personagem não contribui em nada com o contexto da novela, seria totalmente dispensável.
Pode se pensar que a novela serve para mostrar a realidade que existe por aí e que ninguém sabe. Mas mostrar certas realidades não contribui em nada, apenas inspira a banalização, o surgimento de casos semelhantes, ou a manutenção do que já existe por aí, com a falsa justificativa de que, se passa na novela é normal, é natural.
Seria coincidência também que, durante a primeira estréia dessa novela o número de casos de assédio dentro da família, por tios, parentes, até mesmo pais, em meninas e jovens só aumentou?
Pode-se pensar que a novela foi o motivo de irem denunciar o que a muito tempo já acontecia, mas e quantos casos novos foram criados, e quantos "não foram denunciados"?
Outras situações passam a ser geradas em meio à uma íntima censura preventiva, involuntária.
Pais carinhosos, avôs, tios, homens sérios e de respeito que sempre foram carinhosos com filhos, afilhados, netos, sobrinhos, passam a viver uma espécie de auto vigilância por causa da malícia sugerida na novela.
Aquilo que jamais passou pela cabeça de muitos homens, pode hoje, desgraçadamente ser muito mais do que meras sugestividades, entre muitos deles.
Na época em que os programas tinham um "quê" de simplicidade e pureza havia menos desmoralização. Se havia tanto quanto, mas era encoberta, que continuasse sendo, porque certas coisas devem de fato ser dentro do mais particular da privacidade.
Diversas situações vivenciadas por muitos derivam dos reflexos da televisão, seja por meio de filmes, ou novelas, "e obvio que isso não é necessariamente algo consciente."
Aqui foram abordadas duas situações isoladas, porque jamais caberia numa escrita o tanto de maus frutos gerados pela influência da televisão. Enquanto por um lado ela instrui e distrai, por outro lado ela destrói de forma irreversível, porque o que entra pelos olhos e ouvidos, vai para a mente, e não se deleta jamais, ainda que fique no mais oculto do inconsciente.
O adultério é uma das situações mais incentivadas; até mesmo programas de humor fazem apologia à traição seguida de aplausos e risos, como algo muito natural e comum - todo mundo pode fazer sem culpa. A homossexualidade tem sido estimulada como nunca antes, e o reflexo disso é manifesto rapidamente no público mais suscetível, que são justamente os jovens em formação, porque nem todos que revelam-se homossexuais o são! O jovem tem por sua natureza um instinto de rebelião, de revolução, e facilmente querem somar-se a minoria.
Os malefícios da televisão são visíveis nesta geração que vivencia quase tudo o que foi visto e ouvido na TV, as tendências e modismos são ditados e aderidos como regras de práticas vividas hoje por muitos.
Vemos pais que não se comprometem com o psiquismo dos filhos, não se preocupam com o que eles assistem, e o resultado disso são crianças com a sexualidade estimulada precocemente por cenas que, uma vez vistas abrigam-se no mais inconveniente cantinho da memória.
Com tudo isso, a TV ainda por cima, é babá de muitas crianças!
A violência, a prática de mentiras por proveitos, e outras coisas que ajudam a construir o "mau caratismo", estão presentes até mesmo em desenhos animados. Existem canais infantis, que mostram e ensinam sutilmente coisas destrutivas, e cativam nas crianças um sentimento de independência negativa, entre a criança e outras pessoas, principalmente os pais, incentivando a falta de vínculo (indispensável na infância) e o instinto de rebelião.
Hoje a televisão é uma contra mão à família, aos bons costumes, ao amor verdadeiro, à moral, e aos limites necessários para uma sociedade equilibrada e saudável psiquicamente.
No geral, a sociedade tem sido composta por pessoas impulsivas, inconsequentes, imorais, adúlteras, promíscuas, suicidas; levadas pelas emoções sejam estas politicamente corretas ou não, mas que são o que impulsionam às atitudes das pessoas, que por pouco matam, traem, roubam, estupram, espancam, rebelam-se em prol da auto satisfação imediata.
A televisão perceptivelmente contribui para que o homem seja submisso às próprias emoções, comprometendo o seu poder crítico e sua racionalidade.
A TV faz e diz o que se quer ver e ouvir, e traz a motivação, sugestão ou ideia que falta-se ter para consumar o que, sem a sugestão e o estímulo dela, jamais seria feito. E ainda, ajuda a neutralizar qualquer sentimento de culpa ou remorso por alguma atitude errônea da qual ela contribuiu, é como uma cúmplice oculta que ajuda a desenvolver monstros, e cuida para que eles mantenham-se.
É esta mesma televisão que depois vai noticiar os inúmeros crimes no mundo, mortes após casos de adultério, espancamentos, prostituição, AIDS, adolescentes grávidas, etc.
A culpa não é apenas da TV, mas ela contribui de forma fenomenal para o caos social, ela tem um poder tão forte quanto um pai e uma mãe na vida de uma criança; e muitas vezes a criança discorda dos pais, porque viu na TV algo contrário ao que eles estão tentando ensinar.
Há quem pense que a televisão não interfere na realidade que se vive. Consideremos também os ídolos criados por ela, por exemplo o relato do Ex Ministro da Saúde José Serra, dizendo que, após Xuxa declarar ao Brasil a sua "produção independente" nunca se viu um número tão absurdo de adolescentes engravidando!
Um estudo publicado no New Scientist revelou sobre as pessoas que viam televisão no passado, em preto e branco, muitas vezes quando sonhavam, os sonhos eram em preto e branco, tamanha é a propensão de influência da TV à mente humana. Neste estudo em que foram utilizados questionários de auto-relato e “diários de sonho” mostra o quanto é poderosa a interferência da TV, ao ponto de permanecer "para sempre no inconsciente". E considerando que o que habita os pensamentos procede do que se vê e ouve e isso interfere nas atitudes, é importante selecionar bem o que entra pelos olhos e ouvidos, especialmente das crianças, porque muitos programas são infantis como estratégia de camuflagem.
É preciso mudar de canal quando necessário, não perder tempo, não hesitar! E não havendo alternativa saudável e proveitosa, "ainda estamos no controle é só desligar!"


Livre é aquele que pode escolher o que é certo.
Escravo é aquele que não consegue dizer não ao que é errado.




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