Madrugada fria e calma.
Momentos que me levem a outra dimensão de realidade são essenciais na minha vida, e posso vivenciá-los na liberdade das horas e da mente.
Por estas noites tenho flertado com devoção uma estrela que sempre vejo pela janela do meu quarto pouco antes de dormir; é a mais brilhante deste meu quadro celestial, de um brilho inquieto e oscilante. É como um olho que segura uma lágrima que pode cair a qualquer momento. Fico sonolenta olhando pra ela, com minha mente serena, ouvindo o vento se autoflagelando nas folhas da caramboleira, prestes a adormecer em meio às minhas imaginações, pensamentos e sonhos, até que eu não saiba mais se estou acordada.
Subitamente senti remorso por meu privilégio, e uma profunda gratidão por estar em minha cama, tendo uma visão tão linda. Senti um latente desmerecimento em pensar que muitas pessoas podem estar olhando para aquela mesma estrela, ao relento, desprovidas de um tudo.
Subitamente senti remorso por meu privilégio, e uma profunda gratidão por estar em minha cama, tendo uma visão tão linda. Senti um latente desmerecimento em pensar que muitas pessoas podem estar olhando para aquela mesma estrela, ao relento, desprovidas de um tudo.
Quem vê com os olhos da alma constata deslumbre de beleza nas coisas mais simples, e se comove nos detalhes mais preciosos de uma situação isolada.
Este imaginário frutífero, este abstrato aguçado, me gera um certo equilíbrio numa lucidez mais bonita.
Lembrei-me que ontem levei meus filhos ao Circo: meu fragmento vivo de infância!
Os sentimentos que tenho quando estou no circo são os mesmos de quando eu era criança. É como usar de novo o meu pequeno vestido de cambraia de quando eu tinha todos os anos a menos! É ter o mesmo olhar inocente e surpreso, interrompido por sorrisos generalizados na fantasia vivida, e depois de tudo pegar numa prateleira empoeirada do coração aquela importância egocêntrica, comovida e grata por sentir que todo aquele espetáculo foi feito só pra mim!
É maravilhoso tecer a história de amor com os meus filhos, bordando na vida deles estes momentos marcantes e simples!
A simplicidade sempre será indispensável para que um momento seja enriquecedor!
Outras situações podem ressecar o terreno das nossas almas, então procuro estar sempre regando o jardim da nossa cultura particular, lembrando sempre que o lúdico repele a superficialidade.
Temos um lar longe de modismos e tendências superficiais, e nossa vida é firmada ainda no que há de profundo, arcaico e verdadeiramente precioso; nisso a poesia é vital.
Extinguir a poesia da vida é como transformar-se em um robô, é viver sem alma.
Só o olhar da alma produz viço, enxerga a verdade, a real beleza de tudo, e o que realmente tem valor!
"As coisas simples são as extraordinárias."
Por SuA
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Os sentimentos que tenho quando estou no circo são os mesmos de quando eu era criança. É como usar de novo o meu pequeno vestido de cambraia de quando eu tinha todos os anos a menos! É ter o mesmo olhar inocente e surpreso, interrompido por sorrisos generalizados na fantasia vivida, e depois de tudo pegar numa prateleira empoeirada do coração aquela importância egocêntrica, comovida e grata por sentir que todo aquele espetáculo foi feito só pra mim!
É maravilhoso tecer a história de amor com os meus filhos, bordando na vida deles estes momentos marcantes e simples!
A simplicidade sempre será indispensável para que um momento seja enriquecedor!
Outras situações podem ressecar o terreno das nossas almas, então procuro estar sempre regando o jardim da nossa cultura particular, lembrando sempre que o lúdico repele a superficialidade.
Temos um lar longe de modismos e tendências superficiais, e nossa vida é firmada ainda no que há de profundo, arcaico e verdadeiramente precioso; nisso a poesia é vital.
Extinguir a poesia da vida é como transformar-se em um robô, é viver sem alma.
Só o olhar da alma produz viço, enxerga a verdade, a real beleza de tudo, e o que realmente tem valor!
"As coisas simples são as extraordinárias."
Por SuA
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